Associação Médica Brasileira divulga material sobre Dia Mundial sem Tabaco e o risco do tabagismo ligado à Covid-19
O Dia Mundial sem Tabaco, que acontece em 31 de maio, foi criado em 1987 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com a finalidade de alertar a população mundial e as autoridades sanitárias dos países sobre os malefícios do tabagismo ativo e passivo, bem como para desencorajar o uso do tabaco em qualquer uma de suas formas.
Segundo a AMB, anualmente, morrem mais de 8 milhões de pessoas, sendo que mais de 7 milhões dos óbitos são atribuíveis ao tabagismo ativo e 1,2 milhão ao tabagismo passivo. No Brasil, são estimadas cerca de 156 mil mortes anuais (428 mortes por dia) devido ao tabagismo.
Os produtos do tabaco são consumidos de diversas formas (fumado, inalado, aspirado, mascado ou absorvido pela mucosa oral). Desta maneira, em coletiva à imprensa, no dia 26 de maio, a AMB, a ACT Promoção da Saúde e a Fundação do Câncer lançaram oficialmente uma nova fase da campanha Vape Vicia, que aponta os riscos dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), categoria que engloba os cigarros eletrônicos, de tabaco aquecido, vaporizadores, pods e outros.
As organizações ainda divulgam o risco do tabagismo ligado a Covid-19. “A AMB orienta a todos a pararem de fumar. O tabaco é fator de risco para cerca de 50 doenças. É certo que favorece a transmissão e o agravamento do quadro clínico causado pelo SARS-CoV-2”, lembra o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes.
“Entre os pacientes que evoluem para as formas mais graves da COVID-19 são regra portadores de diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer. Todas essas doenças têm reconhecida relação de causalidade com o tabagismo”, conclui Fernandes.
O sistema de saúde no Brasil já é impactado por outras doenças e sofreu cortes por conta da Emenda Constitucional 95, do chamado Teto de Gastos. Com a sobrecarga causada pela Covid-19, fica ainda mais chocante que toda a sociedade tenha que arcar com os custos associados ao tabagismo, enquanto a indústria do fumo continua lucrando. Há que se destacar que o tabagismo eleva o risco de agravamento da COVID-19, e uma pesquisa realizada em 2020 (Convid) mostrou que fumantes aumentaram o consumo durante a pandemia em 34%, o que pode trazer um impacto ainda maior no futuro.
De acordo com estudo feito em 2015, pelo Instituto Nacional de Câncer, Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto de Efectividad Clínica y Sanitária, e atualizado em 2020, R$ 50 bilhões são os custos médicos diretos, com tratamentos de doenças relacionadas ao tabagismo, e mais R$ 42 bilhões, com perdas indiretas referentes à redução da produtividade por morte ou incapacitação. Enquanto isso, a arrecadação de impostos com a venda de cigarros foi de R$ 12 bilhões.
Diante deste quadro, para a AMB, a regulação de produtos de tabaco e a reforma tributária são fundamentais para o fortalecimento da saúde pública.
Dia 31 de maio, das 19 às 21h, a Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB fará uma live em seu Facebook com o tema “Comprometa-se a parar de fumar”. Acesse a programação aqui.
Confira o texto: Cigarros eletrônicos e de tabaco aquecido: mais riscos à saúde