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Janeiro/18 – Ombro e cotovelo

By |2018-10-04T14:05:39-03:0030/01/2018|Artigos do mês|

TÍTULO

Risk Factors for Tear Progression in Symptomatic Rotator Cuff Tears A Prospective Study of 174 Shoulders (Fatores de risco para progressão da lesão sintomática do manguito rotador um estudo prospectivo de 174 ombros)

AUTOR

Nobuyuki Yamamoto, Mitsuyoshi Mineta, Jun Kawakami, Hirotaka Sano, and Eiji Itoi

SERVIÇOS

Investigation performed at the Tohoku University School of Medicine, Sendai, Japan

REVISTA

American Journal of Sports Medicine, vol 45, 2017.

COMENTADOR

Dr. Paulo Santoro Belangero – CETE/ UNIFESP, São Paulo

RESUMO

Os fatores de risco para a progressão das lesões sintomáticas do manguito rotador ainda não foram totalmente esclarecidos. É importante que os cirurgiões ortopédicos conheçam o curso natural da progressão da lesões quando o tratamento não-operatório for escolhido.
Hipótese: Lesões do manguito rotador em pacientes mais jovens, pacientes de alta demanda ou trabalhadores braçais progrediriam em tamanho mais do que aquelas em pacientes idosos e/ou de baixa demanda funcional.

Estudo caso-controle; Nível de evidência, 3.

Métodos: duzentos e vinte e cinco pacientes consecutivos com lesões sintomáticas do manguito rotador visitaram nosso instituto entre 2009 e 2015. Destes, 174 ombros de 171 pacientes (idade média, 66,9 anos) submetidos a pelo menos 2 exames de ressonância magnética (MRI) foram prospectivamente avaliados. O seguimento médio foi de 19 meses. A progressão das lesões foi definida como positiva quando o tamanho da mesma aumentou em 2 mm. Os fatores demográficos que foram avaliados por análise multivariada incluíram idade, sexo, dominância das mãos, tabagismo, consumo de álcool, hipercolesterolemia, participação esportiva, tipo de trabalho, tamanho e tipo da lesão (espessura total ou parcial).
Resultados: Dos 174 ombros, 82 ombros (47%) apresentaram progressão das lesões. O comprimento médio e largura no grupo de progressão na ressonância magnética final foram 23,1 ( mais ou menos 12,5 mm) e 17,3 ( mais ou menos 9,6 mm), respectivamente; o tamanho da lesão progrediu com uma média de 5,8 (mais ou menos 5,6 mm) de comprimento e 3,1 (mais ou menos 5,2 mm) de largura. A velocidade média de progressão foi de 3,8 mm de comprimento e 2,0 mm de largura. O tamanho das lesões de espessura total aumentou significativamente em comparação com o de lesões de espessura parcial da face articular (P = 0,0215). O tamanho das lesões médias aumentou significativamente em comparação com o das outras lesões (P <0.0001). De acordo com a análise de regressão logística, o tabagismo foi significativamente correlacionado com a progressão da lágrima (P = 0,026). As análises de subgrupos mostraram que o sexo masculino, dominância e o presença de trauma foram correlacionados com a progressão das lesões. Idade, alcoolismo, hipercolesterolemia, participação esportiva e tipo de trabalho não apresentaram correlação com a progressão da lesão.
Conclusão: o tamanho das lesões sintomáticas do manguito rotador progrediu em 47% dos ombros durante uma média de 19 meses e a velocidade de progressão foi de 3,8 mm / ano de comprimento e 2,0 mm / ano de largura. Os fatores de risco para a progressão da lesão foram (1) uma lesão de tamanho médio, (2) lesões de espessura total e (3) tabagismo.

ABSTRACT

Background: The risk factors for tear progression in symptomatic rotator cuff tears have not been clarified yet. It is important for orthopaedic surgeons to know the natural course of tear progression when nonoperative management is to be chosen.
Hypothesis: Tears in younger patients, high-activity patients, or heavy laborers would progress in size more than those in older patients, low-activity patients, or light laborers.
Study Design: Case-control study; Level of evidence, 3.
Methods: Two hundred twenty-five consecutive patients with symptomatic rotator cuff tears visited our institute between 2009 and 2015. Of these, 174 shoulders of 171 patients (mean age, 66.9 years) who underwent at least 2 magnetic resonance imaging (MRI) examinations were prospectively enrolled. The mean follow-up was 19 months. Tear progression was defined as positive when the tear size increased by 2 mm. The demographic factors that were analyzed by multivariate analysis included age, sex, hand dominance, smoking, alcohol drinking, hypercholesterolemia, sports participation, job type, tear size, and tear type (full or partial thickness).
Results: Of the 174 shoulders, 82 shoulders (47%) showed tear progression. The mean (6SD) tear length and width in the progression group on final MRI were 23.1 6 12.5 mm and 17.3 6 9.6 mm, respectively; the tear size progressed by a mean 5.8 6 5.6 mm in length and 3.1 6 5.2 mm in width. The mean propagation speed was 3.8 mm/y in length and 2.0 mm/y in width. The size of fullthickness tears significantly increased compared with that of articular-sided partial-thickness tears (P = .0215). The size of medium tears significantly increased compared with that of other tears (P.0001). According to the logistic regression analysis, smoking was significantly correlated with tear progression (P = .026). Subgroup analyses showed that male sex, hand dominance, and trauma were correlated with tear progression. Age, alcohol drinking, hypercholesterolemia, sports participation, and job type did not show any correlation with tear progression.
Conclusion: The tear size of symptomatic rotator cuff tears progressed in 47% of the shoulders during a mean of 19 months, and the speed of progression was 3.8 mm/y in length and 2.0 mm/y in width. The risk factors for tear progression were (1) a mediumsized tear, (2) a full-thickness tear, and (3) smoking.

COMENTÁRIOS

Um dos principais debates a respeito do tratamentos das lesões do manguito rotador é a evolução das lesões ao longo do tempo.
A literatura apresenta alguns estudos avaliando a progressão dessas lesões através de exames de ultra-som em pacientes sintomáticos e assintomáticos. Entretanto, o estudo em questão é relevante pois envolve um número considerável de pacientes acompanhados com ressonância magnética.
O artigo permite um melhor aconselhamento e indicação de tratamento em pacientes sintomáticos com roturas parciais e completas do manguito rotador. Os achados principais indicam que lesões de tamanho médio (segundo classificação de Cofield) lesões de espessura completa e tabagismo representam fatores de risco significativos para progressão das rotores do manguito rotador.
As lesões também tendem a progredir mais com os seguintes fatores associados: homens, dominância e lesões parciais bursais (mais do que as articulares). A progressão ocorre duas vezes mais no sentido medial-lateral do que no antero-posterior. A taxa média de progressão foi de cerca de 3,8mm (sentido medial-lateral) ao ano. Além isso, os autores mostraram que a presença ou não de dor no seguimento dos pacientes não é confiável como preditor de evolução da lesão.
Portanto esses indivíduos devem receber orientações especificas quanto a lesão que apresentam e na indicação do tratamento conservador é importante um acompanhamento próximo e eventualmente com exames de imagem seriados.

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