A Associação Médica Brasileira – AMB publicou, no último dia 13, seu segundo boletim de 2022 da Comissão Extraordinária de Monitoramento da Covid-19 (CEM COVID_AMB) em que alerta para a grave situação epidemiológica da Covid-19 e Influenza no Brasil, agravada pela falta de dados nacionais.
No boletim, a Associação afirma que além do país ter iniciado o ano com um possível cenário de novo colapso do sistema de saúde e falta de insumos, também dispõe da falta de precisão no total dos dados sob tutela do Ministério da Saúde desde 10 de dezembro de 2021, “principalmente em relação à computação de casos suspeitos, testes laboratoriais positivos, tanto da rede pública quanto privada, notificação de internações e óbitos por Covid-19, devido a problemas técnicos ainda não completamente resolvidos até a presente data na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ‘sistema mãe’ que recebe todas essas informações essenciais para o planejamento em termos de saúde pública”, consta no informativo.
O Comitê relembra que o apagão de dados do Ministério da Saúde coincide com a primeira semana de dezembro de 2021 em que os primeiros casos da variente Ômicron do SARS-COV-2 no Brasil foram identificados, que rapidamente começaram a lotar unidades básicas e de pronto atendimento em todos os estados. Além disso, época em que também entra no cenário nacional o aumento da infecção pelo vírus Influenza A H3N2 Darwin.
No boletim, a AMB afirma que, em particular os profissionais de saúde foram diretamente afetados por essa grave conjunção de circulação dos dois vírus por terem maior risco de exposição ocupacional à esses patógenos, situação demonstrada nas últimas semanas pela altíssima taxa de afastamento por síndrome gripal de médicos, enfermeiros e outros profissionais que estão na linha de frente, o que retroalimenta negativamente o caos no atendimento à pacientes.
O CEM COVI_AMB solicita urgentemente que o Ministério da Saúde restabeleça e sem maiores instabilidades a entrada e também o acesso aos dados epidemiológicos. E pede também a divulgação de estratégias de otimização no atendimento aos pacientes com síndrome gripal, bem como garantir a testagem para Covid-19 e Influenza, que está ameaçada por falta de insumos laboratoriais.
Em conclusão, o comitê também requisita ao Ministério ações que solucionem a sobrecarga e adoecimento dos profissionais de saúde.