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AMB divulga artigo de Roque Salvador Andrade e Silva

By |2021-11-10T14:28:52-03:0010/11/2021|Notícias|

A Associação Médica Brasileira – AMB divulgou no último dia 8, um artigo do vice-presidente da Região Nordeste na atual gestão da AMB, Roque Salvador Andrade e Silva, que faz uma reflexão para a filosofia “Penso…logo, existo!” e o exercício profissional dos médicos. Leia na íntegra abaixo:

Penso… logo, existo!

Dr. Roque Salvador Andrade e Silva – 08/11/2021*

Eis aí uma frase secular, ou milenar, que se aplica “frente e verso” ao médico contemporâneo. Sua idade dúbia, secularidade, ou melhor milenaridade, decorre da dúvida que por vezes ainda assalta a sua autoria, oscilando entre o secular René Descartes e o milenar Sócrates. Não importa, porém, se é cartesiana ou socrática a mensagem: conta, sim, a sua atualidade permanente e, no caso dos médicos, a sua propriedade, lida a partir do “penso”, ou do “existo”. Isto porque não basta ao médico pensar a sua situação, urge senti-la na carne, existir dentro do processo que estiola a profissão. Se, por outro lado, existe no pré-caos da proletarização profissional, deve pensar o momento com a profundidade que o tema reclama.

Vale a pena a filosofia acima. Quando nada, para recomendar aos médicos o exercício do pensar existindo e a vivencia do existir pensando. Especialmente esta vivência é que por vezes nos falta. O médico tem dificuldade de ouvir; embora treinado para escutar, em suas reuniões classistas ouve pouco, fala apenas a sua suposta verdade, e quer soluções mágicas, como o coelho da cartola. Neste caso, existe, mas não pensa.  Outras vezes, na descomunhão com os problemas da classe, supõe-se imerso no seu mundo particular, ofende-se se concitado à participação, acha-se plenamente informado, sem ter, porém, consciência da grave penúria de muitos colegas – neste outro extremo,  pensa, embora equivocadamente, mas não existe, enquanto elemento colegiado.

Todo médico deve estar imbuído da consciência de ser um agente multiplicador do saber, da informação e da cultura, e exercitar essa competência. Isto vale para o alvo da comunidade social, tanto quanto, ou mais incisivamente, para o alvo da comunidade médica em especial. Todos os grupos têm os seus líderes, que devem ser ouvidos e pensados. É preciso pensar globalmente, cabeça aberta, e agir localmente, tiro na mosca.  As mudanças ou conquistas sociais são resultados de pensamento e ação, ou seja, de uma existência positiva, operosa, baseada no conhecimento das coisas. É um processo de conscientização, engajamento, sabedoria, movimento. Não se pode exclusivamente existir … e pronto! Nem tampouco pensar e não agir.

Precisamos meditar sobre o cenário da nossa profissão. Decidir o que queremos.  Discutir em nossos fóruns. Planejar as nossas manobras. Como fazem, aliás, os administradores dos planos de saúde. Enquanto persistirem as atitudes egoístas, personalistas, haveremos de sofrer a desilusão com o esvanecer das nossas esperanças.  Quando alguém se sente ofendido por uma simples opinião contrária à sua, a sobrevivência e a valorização da categoria estão em jogo.

Nosso prisma é outro. Pensar … existir … existir … pensar! Consciência e ação!  Ação com a força do espírito e do amor. Sem medo de ser feliz! Relembrando Zaratustra – “Existe sempre uma certa loucura no amor. Mas há também, e sempre, uma certa razão na loucura”. Vamos juntos à luta. Se existo, penso. Se penso, ajo. Só assim poderemos vencer.

*Dr. Roque Salvador Andrade e Silva é vice-presidente da Região Nordeste na atual gestão da Associação Médica Brasileira – AMB.

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